Quando decidi voar do Rio para São Paulo para passar quatro dias no mês de novembro, estava ciente dos possíveis obstáculos que poderia enfrentar pelo que li e ouvi nas notícias. Os procedimentos dos aeroportos em todo o mundo foram reformulados para viagens durante a pandemia e os requisitos de viagem agora vão além dos usuais e das reservas necessárias.
Eu sabia que precisaria adicionar mais algumas etapas ao meu planejamento de viagem. O que eu não sabia era como estavam sendo seguidas as regras nos aeroportos de Congonhas e no Santos Dumont.
Antes da minha viagem, recebi um e-mail da companhia aérea informando-me sobre alguns procedimentos do aeroporto. Eles incentivaram o check-in online para minimizar os contatos.
Fiz o check-in on-line e dessa vez a Gol não me obrigou a pesar a mala de mão (antes da pandemia não conseguia fazer on-line porque tinha que pesar) , o que foi ótimo pois o aeroporto, na ida, em plena quinta-feira de manhã não estava nem um pouco vazio. Confesso que não estava esperando por tanta gente .
Em nenhum momento mediram minha temperatura e pelo que procurei na Internet nesses dois aeroportos não me parece ter aquela câmera ou algo do gênero que mede automaticamente a temperatura .
A fila para a área de embarque tem marcação no chão mas a maioria sequer sabe que ela existe. Você passa pela área dos restaurantes onde as pessoas estão comendo então por consequência algumas sem máscara. Tem aquelas que estão sem máscara também , simplesmente, para tirar foto ou algo do gênero. Eu optei por não usar banheiro nem bebedouro. Uma coisa boa pelo menos, é que se você olha para as pessoas elas meio que entendem que você quer que elas se distanciem mais ou algo do gênero.
Eu só tive um certo problema pois tentei embarcar com álcool líquido que é proibido até em pequenas quantidades, que era o meu caso. Mas me deixaram descartar de boa e ficar com a embalagem pois em gel é permitido e eu tentei achar um totem para colocar nela um desse tipo.
Para entrar no avião , não sei como foi o resto dos passageiros pois cheguei bastante atrasada, mas acredito que as pessoas tiveram que pegar um ônibus para chegar até o avião, tal como a volta. Totalmente fora do padrão…
Em todo caso, foram camaradas pois deixaram eu embarcar depois dos digamos ‘45 minutos do segundo tempo ‘. Eu e mais alguns de van.
Nessa confusão toda , o que me pareceu é que a companhia aérea está tentando mais prevenir contra a COVID-19 do que o aeroporto. Os aeroportos na verdade. Os funcionários da Gol estavam tentando fazer a parte deles, os do aeroporto já estavam bem mais mal educados. E olha que quase sempre tenho problemas com funcionários da Gol!
Na minha volta em Congonhas, choveu durante a tarde, e ‘sempre’ que acontece isso, o aeroporto para. Meu voo era no início da noite e obviamente atrasou. Imagina: voo atrasado, acumulado com outros atrasados da tarde, indicação de embarque no mesmo portão do que de outra companhia que ia para o mesmo lugar, no mesmo horário mas que não estava atrasado ( coitada da atendente da Latam) no meio da pandemia.
Os lugares na área de embarque estão marcados de forma que uma pessoa não fique muito próxima da outra, um lugar de diferença. Se brasileiro já não é de cumprir essas regras imagina com o salão lotado?
Eu preferi ser a ‘louca da pandemia ‘ mas pedi educadamente que não sentassem do meu lado e ainda usei faceshield. Minha ansiedade estava super alta e acho que valeu a pena pois me senti mais protegida . Acabei ficando com fome e resolvi comer usando faceshield, não sei se foi uma boa tática, só sei que foi assim, rs.
O voo estava bastante cheio, assim como o aeroporto, mas optei por uma passagem no fundo do avião que estava bem mais vazio , consegui trocar para uma fileira que só havia eu sentada. Tanto na ida quanto na volta o fundo fica bem mais vazio , se não tiver com pressa, acho que vale a pena Não havia jornais, revistas a bordo e lanches. Era oferecido água e álcool em gel a quem quisesse sob demanda .
A tripulação usava máscaras e tínhamos que usar máscaras o tempo todo. Na verdade , quase o tempo todo, se estivéssemos comendo não precisávamos e podia comer tranquilamente. No geral, me senti parcialmente segura no voo pois fiquei na parte do avião com bem menos gente, minha fileira estava vazia, me preocupei bem mais com o aeroporto . A chegada nos dois destinos foi padrão, pelo menos para mim que não iria pegar mais nenhum outro voo. O desembarque foi por fileira e as pessoas realmente respeitaram.
Mas pousando no Santos Dumont tivemos que encarar um busão para sair da pista e chegar no saguão. E, claro, não seguindo nenhum padrão de segurança contra a COVID-19 (pelo menos eu não vi).
Achei que, pelo menos esses dois aeroportos brasileiros, estão seguindo protocolos somente na teoria , espero que os maiores estejam em condições melhores. A companhia aérea pareceu levar um pouco mais a sério ,mas foi um voo bastante curto.
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